Saturday, June 18, 2005

Siza vs Kay

No jaquinzinhos defende-se as torres de Siza para Alcântara em vez do projecto de Sua Kay com argumentos bastante pertinentes.

A mim, o argumento de libertar espaços livres para jardins é do tempo da carta de Atenas e existe toda uma corrente urbanística iniciada com a Jane Jacobs nos anos 60 que provou que deu cabo das cidades europeias.

Segundo, o argumento de que aquela zona aguenta torres por causa da presença da ponte simplesmente não pega e continua a achar que o Siza não tem qualquer sensibilidade para a integração urbana (não espacial) dos seus projectos. Basta pensar ausência de espaços públicos da Malagueira, o modo como subverteu o Plano de Manuel Salgado deslocando o Pavilhão de Portugal para o lado e virando-o de costas para a entrada. Colocar três torres num meio de um jardim naquela zona de Alcântara era destruir completamente a estrutura existente, potencial de regeneração e mudar totalmente a frente ribeirinha de Lisboa.

A estratégia para Alcantara devia ser a da regeneração, através da requalificação do edificado existente pontuado com projectos emblemáticos, mas nunca de largas dimensões, a semelhança do temple distric em Dublin, ou o meat packing distric em Nova York.

As demolições que estão a fazer e as novas propostas legitimadas por arquitectos de renome vão ser mais uma oportunidade perdida para criar um zona da cidade que poderia ser um pólo de actividade mista verdadeiramente interessante.

Agora a culpa nem é de Siza, nem de Sua Kay, nem de Nouvel ou Foster ou sequer dos promotores. O PDM é que nunca devia ter permitido aquela capacidade de construção ou cércea máxima...

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