Tuesday, June 28, 2005

50 coolest Websites 2005

Os 50 melhores Websites de 2005 de acordo com a Times, via Tese & Antítese

Online pirates forced to walk the plank

"America’s Supreme Court has ruled that makers of peer-to-peer file-swapping technology can be held responsible for the copyright infringement that their products allow." Economist

Participação activa

"Num acampamento destinados aos jovens, o Bloco de Esquerda tem no menu um workshop, no mínimo, original. Chama-se «técnicas de desobidiência civil». A ideia é ensinar aos mais novos o «básico» para puderem estar preparados para o futuro. Sobretudo, para as futuras manifestações que a comunidade estudantil promete para os próximos tempos." in Portugal Diário

Mudança de poder na Galiza

Pela primeira vez a esquerda vai governar na Galiza, com uma coligação entre socialistas e nacionalistas.

Sinal que a profunda transformação que Zapatero está a operar na sociedade espanhola é aprovada?

Coincidência?

E já agora, com acontece quase sempre a próxima greve da Função Pública está marcada para 15 de Julho, uma Sexta-Feira...

O país ao contrário

O Prof. Silva Lopes chama a atenção para a natureza muito específica da presente contestação social:

- não está a ser efectuada por aqueles que vivem de facto em situações difíceis, mas por aqueles que simplesmente não querem abdicar dos seus privilégios;

- não está a ser feita por pessoas que não têm emprego, ou correm o risco de perder o seu contra os seus patrões, está a ser feita pelos que estão bem instalados na vida contra o País.

É um País todo ao contrário, em que os sindicatos e os partidos de esquerda defendem os direitos dos privilegiados que neste País são sectores específicos da função pública contra a grande maioria dos trabalhadores no sector privado que com níveis de qualificação equivalentes auferem em média salários muito inferiores e com protecção social quase nula...

Monday, June 27, 2005

Tanta agitação para nada

Impressionante os números apresentados por Medina Carreira no Prós e Contras.

De acordo com as previsões do Governo, as reformas a implementar servem para diminuir apenas 1 % as despesas sociais e apenas na sub-categoria de despesas com pessoal!!!

O modelo meridional

De acordo com o editorial do DN de hoje, numa conferência que deu em Portugal sobre inovação e novas tecnologias, quando questionado sobre a eventualidade de um modelo meridional (Espanha, Itália, França, Portugal...), Manuel Castells deu a seguinte resposta:

"Se existe, não o encontrámos, a não ser que se queira transformar a incapacidade em modelo."

O Embuste Intelectual da Esquerda

O post de despedida de Daniel Oliveira é sintomático do monumental embuste intelectual que a esquerda que diz defender representa. Diz a motivação para a criação do blog era propaganda contra: “(...) a retracção do Estado Social para, supostamente, salvar o Estado Social. Contra a ideia instalada de que a perda de direitos sociais é uma inevitabilidade histórica e não uma opção política. Nenhuma hecatombe natural se abateu sobre o Ocidente que nos obrigue a deitar fora um século de conquistas. A desregulação da economia global é uma estratégia, não é um movimento natural.(...)”

Bruno Cardoso Reis diz que também gostava que fosse possível manter e até aumentar as regalias sociais, só não vê como e chama a atenção ao Daniel, PCP e Bloco sobre a necessidade da responsabilizarem-se pelos seus actos e explicarem qual a sua alternativa. Perante esta pergunta que é fundamental para permitir deixar de associar a esta esquerda uma vocação de oposição, Daniel Oliveira decide desistir do blog!

O interesse da sua participação na blogosfera pautou-se sempre muito mais pela crítica ao Governo PSD/ PP, do que propriamente pela apresentação de alternativas e era notória a ausência de conteúdo dos seus posts perante um Governo de esquerda.

O que a sua atitude verdadeiramente demonstra é a hipocrisia da esquerda que diz defender que continua a sobreviver aliciando quem mais necessita com a suposta protecção dos seus interesses e criando inimigos virtuais, apenas porque sabe que nunca vai ter de responder por essas promessas, não hesitando em pôr em causa reformas fundamentais de modo a não perder o pouco que lhe resta de poder...

Sunday, June 26, 2005

Daily Extended

There is a reason this moment is called the present -- because every opportunity you get to pay attention to what's going on is truly a gift

A questão

A propósito da discussão entre Daniel Oliveira e Bruno Cardoso Reis no Barnabé, também acho que este acaba a colocar a questão fundamental:

"Cabe ao Daniel, e sobretudo ao PCP, ao Bloco e aos sindicatos que se opõem às actuais reformas, explicar que política económica é que propõem em alternativa e qual é a base das suas propostas. Este social-fascista veria com gosto uma economia que permitisse manter e até aumentar substancialmente salários e regalias sociais, não vejo é onde é que esse milagre económico se esconde."

Consequências da nova Lei das Rendas

via Jaquinzinhos:

"Caro amigo fiscal, dou-lhe 500 euritos se escrever aí que a casa está a cair aos bocados...

Caro proprietário, se não me der 300 contecos, o coeficiente de conservação vai-se por aí abaixo...

Ó sôr fiscal, obrigue o dono a fazer obras que eu pago-lhe 500 contecos.Ó sr. proprietário, a minha Maria está a precisar de um carrito... sempre é mais barato do que ter que fazer cinco mil em obras, não acha?

Ó sr. fiscal, faça favor de dispôr do flat em Vilamoura uma semaninha, em Agosto. Basta escrever aí... digamos, 700.000?

Ó sr. proprietário, tenho 7.000 avaliações para fazer. Quer mesmo que passe a sua para a frente?

Ó Maria, vamos rebentar com a casa senão o coeficiente de conservação vai por aí acima... quanto mais partirmos, melhor e o gajo ainda vai ser obrigado a fazer-nos casa nova à borla..."

Enquanto que em Espanha

"El Gobierno invertirá 2.800 millones en un plan para el fomento de la Investigación y Desarrollo - El objetivo de 'Compromiso Ingenio 2010' es alcanzar para 2010 el 2 por ciento del PIB en investigación" no El País via GrandeLoja

Tony Blair's speech to the European parliament

"Os povos europeus estão a dirigir-se a nós. Estão a querer a nossa liderança. Chegou a hora de lha darmos".

Pelo seu discurso no Parlamento Europeu, Tony Blair é o mais próximo que temos dessa tão necessitada liderança.

Um pequeno excerto:

"What would a different policy agenda for Europe look like?

First, it would modernise our social model. Again some have suggested I want to abandon Europe's social model. But tell me: what type of social model is it that has 20m unemployed in Europe, productivity rates falling behind those of the USA; that is allowing more science graduates to be produced by India than by Europe; and that, on any relative index of a modern economy - skills, R&D, patents, IT, is going down not up. India will expand its biotechnology sector fivefold in the next five years. China has trebled its spending on R&D in the last five.

Of the top 20 universities in the world today, only two are now in Europe.

The purpose of our social model should be to enhance our ability to compete, to help our people cope with globalisation, to let them embrace its opportunities and avoid its dangers. Of course we need a social Europe. But it must be a social Europe that works.

And we've been told how to do it. The Kok report in 2004 shows the way. Investment in knowledge, in skills, in active labour market policies, in science parks and innovation, in higher education, in urban regeneration, in help for small businesses. This is modern social policy, not regulation and job protection that may save some jobs for a time at the expense of many jobs in the future."

Salários dos Professores na Ue-15


Salários dos professores na UE-15 Posted by Hello

No canhoto via oblasfémias
Education at a Glance, 2004

• Portugal é o país da UE-15 em que os professores do 1.º ciclo, após 15 anos de experiência, mais ganham, por progressão automática, em relação à riqueza nacional.

• Portugal é o terceiro país da UE-15 em que os professores do ensino secundário, após 15 anos de experiência, mais ganham, por progressão automática, em relação à riqueza nacional (só superado pela Alemanha e pela Holanda).

• Portugal é o segundo país da UE-15 em que os professores do 1,º ciclo mais progridem salarialmente nos primeiros 15 anos de experiência (apenas superado pela Irlanda).

• Portugal é o país da UE-15 em que os professores do ensino secundário mais progridem salarialmente nos primeiros 15 anos de experiência.

Britain outscores the rest of Europe

"Britain leads rest of Europe on job creation, says study"

Duplo feito

Depois da Governação de Santana com Presidente da Câmara de Lisboa e Primeiro-Ministro aliado à capacidade eleitoral de Carmona Rodrigues (nula), Carrilho surgir nas sondagens dez pontos atrás deve ser considerado um dos feitos mais notáveis da política portuguesa dos últimos 30 anos...

Por outro lado, tendo em conta a campanha que tem feito (cartazes, Bárbara e filho, insultos aos jornalistas, ausência completa de ideias) não entendo como é que 30 % dos portugueses ainda tencionam votar nele.

"Adriana" de Margarida Gil



Ontem fui ver "Adriana" de Margarida Gil sobre uma açoriana que vem para Lisboa constituir família por métodos naturais depois do seu pai proibir a fornicação (expressão do filme) na Ilha porque a sua esposa morreu durante um parto...

Se a teatrealização dos diálogos não é intencional, é dos piores filmes que já vi.

Se é, é dos mais pretenciosos.

Em qualquer dos casos, não vale a pena...

Os meios e os fins

Só concebo uma razão para não ser dado mais destaque à investigação em curso a um assessor de Santana Lopes que alegadamente terá manipulado uma investigação policial de modo a prejudicar Sócrates em campanha com no mínimo a conivência de Santana: era um dado adquirido.

Ou mais do que isso, toda a gente sabe que isso é uma prática comum, como o caso dos boatos sobre a sua sexualidade e suponho que inconscientemente, tendo em conta os fins, é uma prática aceite...

Ministra 1 - Fenprof 0

Por acaso acho que a actuação da Ministra da Educação na greve dos professores foi uma grande vitória pessoal em nada ensombrada pela sua declaração sobre a decisão do tribunal de Ponta Delgada.

A verdade é que a greve foi um completo falhanço naquilo que eram os seus objectivos, prejudicar os alunos, e isto deveu-se em grande facto à actuação da Ministra.

E a decisão do juiz referia-se de facto ao Governo Regional dos Açores, não ao do Continente. E já agora, como refere Miguel Sousa Tavares, se não fazer os exames nacionais não algo “irremediável” ao ponto de poder ser invocado a necessidade de serviços mínimos, o que será: a morte?

A agitação das reformas...

Com o seu habitual pessimismo, Vasco Pulido Valente chama a atenção para um ponto importante:

“a agitação social pode tornar a impraticável a vida do Governo se por sistema dirigir o voto contra quem tenta reformar o estado e a favor de quem o tenta conservar. Se o PS perder por muito nas locais e Cavaco for eleito 60 ou 70 por cento, Sócrates não dura quatro anos...”

Se nos guiarmos pelas últimas sondagens, teremos de certeza eleições antecipadas...

Vera Drake de Mike Leigh



"British drama about a woman who illegally helps women induce miscarriages in 1950s England"

Conselho para quem vir o DVD: vejam as entrevistas antes de ver o filme!!!!

Ahmadinejad ganha as eleições presidenciais

No Irão um ultraconservador extremista foi eleito presidente, com manipulações eleitorais do regime teocrático.

Komenei diz que o grande perdedor foram os Estados Unidos.

Eu acho que mais uma vez foi o povo Iraniano....

O envelhecimento das sociedades ocidentais

No seu artigo no Público Ralf Dahrendorf chama a atenção para as consequências do envelhecimento das sociedades ocidentais, assinalando que em meados deste século mais de metade da população será economicamente inactiva devido à idade e isto terá imensas consequências para o welfare state, na medida em que a população activa deixa de conseguir pagar a pensões e sistema de saúde dos reformados, originando a sua substituição por seguros privados pagos por cada um, cuja fase de transição é turbulenta porque a dívida publica aumenta inevitavelmente.

Ao nível do estilo de vida, assinala as alterações no turismo, na educação dos mais novos e no combate à pobreza na terceira idade e na sua independência e relutância natural em associarem em defesa dos seus interesses.

Shivaree no santiago Alquimista



Que desperdício de voz para a banda que a acompanha...

os direitos do Estado

No seu artigo Sexta Feira no público Miguel Sousa Tavares toca no ponto essencial. Começando-se por interrogar se será Portugal viável, afirma que tem as maiores dúvidas devido à dependência que ainda temos do Estado que continuamos a percepcionar como causa para e solução para todos os nossos problemas e aspirações, dando alguns exemplos como a recusa de mexer em direitos adquiridos, nomeadamente a segurança social, na comparticipação nos medicamentos (temos o maior índice europeu de consumo de medicamentos!) ou a exclusiva preocupação dos juízes com os seus direitos e não com o terrível funcionamento da justiça em Portugal.

Esta dependência origina a falta de empreendorismo criticada por Sampaio e que faz que tenhamos dos sectores privados da Europa com menos competitividade. Como comparação assinala que enquanto em Portugal 63% do capital de risco é assumido pelo sector público, em Espanha é 9 por cento, sendo o resto privado.

Para explicar esta diferença começa por sugerir as diferentes formas de financiamento nos Descobrimentos, identificando três momentos posteriores, o Salazarismo do Estado protector, o Gonçalvismo do Estado suficiente e os dinheiros europeus do Estado oportunidade.

Sobre a proposta de lei de arrendamento

Primeiro com a criação de um novo escalão máximo no I.R.S. (medida meramente simbólica) e agora com a anunciada revisão da Lei do Arrendamento, o Governo volta a evidenciar mais uma vez o terrível complexo de direita que continua a dominar a acção governativa dos sucessivos Executivos e que tem impedido que verdadeiras reformas sejam implementadas que permitam a adaptação do nosso modelo social obsoleto às novas especificidades económicas e sociais.

Resumindo o Editorial de José Manuel Fernandes no Público:

- Em Portugal os despejos demoram em média o dobro do tempo de Espanha, 3x a Finlândia e a Irlanda e 8x a Holanda;
- É introduzido o “coeficiente de conservação” determinado por técnicos que servirá depois para determinar o valor da renda e se ficar abaixo de um fasquia, os senhorios podem ser intimados a fazer obras.
- Criação de comissões de arbitragem em todo o País que acompanhem a avaliação, coordenam a verificação dos coeficientes e decidam a responsabilidade pela realização de obras, valor das mesmas e respectivos efeitos no pagamento das rendas.
- Criação de um mecanismo de cálculo de todas as rendas anteriores a 1990 integrando um factor de rentabilidade que o Estado determina que será aquele que o senhorio pode tirar do investimento.

Como diz o autor: “É quase soviético, se não fosse patético.”

A questão é que as intenções são de facto as melhores. Se fosse possível implementar
um mercado de arrendamento que funcionasse de acordo com esta proposta de lei,
Portugal teria porventura o melhor acesso à habitação do mundo.

Mas é óbvio que não é e sinceramente não acredito que quem fez esta lei seja tão
ignorante ou incompetente tecnicamente que não o saiba.

A verdadeira questão é a proposta demonstra que não está interessado em que as coisas
mudem, mas apenas em conseguir fazer parecer que sim, na medida em que isso sirva
os seus interesses...

Thursday, June 23, 2005

Perda de direitos

Sobre as reenvidicações das forças policiais com a greve de ontem, recomendo a leitura deste documento Revisão dos regimes de assistência na doença da PSP e GNR donde se conclui que aquilo com que estão preocupados não é com a perda de direitos para si (o único direito que perdem é a equiparação à ADSE para novos recrutas) mas a perda de direitos para o Universo de Beneficários indirectos, a saber:

- Cônjuge separado judicialmente de pessoas e bens;
- Filhos maiores sem limite de idade;
- Afins na linha recta (sogros);
- Outros familiares "a cargo"

Sobre a revisão constitucional

"É difícil encontrar melhor exemplo de um processo puramente casuístico, atrapalhado, incompetente, cúmplice nas fraquezas, revelador de puro taticismo, onde políticos dos partidos da governação, PS, PSD, PP, mostram que não se respeitam nem a si próprios, nem aos portugueses que os representam, do que tudo o que se passou com esta “revisão constitucional” para referendar a Constituição europeia. Que tudo isto tenha sido possível como se fosse o mais normal dos processos, onde ninguém se envergonha, ninguém se revolta nos respectivos partidos, é um sinal claro, insisto claro, do grau de degradação a que chegou a actividade política e parlamentar em Portugal." by JPP

Daily Extended

It's funny how much will work out well when you assume that things will be fine, and how things can go terribly wrong when you assume that. Self-fulfilling prophecies can be thwarted when you're aware of exactly how you're setting your plans in motion. This isn't to say that blind optimism is the way to go in this situation -- you should definitely cover your bases while you can. While you're doing that, however, you should also expect the best. What have you got to lose?

Wednesday, June 22, 2005

A reforma dos interesses

O alerta da Comissao para a insuficiencia do programa de reformas do PS, nao mostra apenas o seu exagerado optimismo ou alguma incompetencia tecnica.

Mostra que no fundo, o PS como o PSD nao estao preparados a transformar o nosso sistema social, e as reformas em que se vao revezando em anunciar servem apenas funcionar como uma intencao que responda as pressoes e os permita manter no poder.

E isto nao acontece apenas pelos custos eleitorais destas medidas, ate porque me parece sinceramente que bem explicadas, teriam uma reaccao positiva junto do eleitorado.

A principal razao prende-se com o facto de que ambos os partidos acreditam na actual estrutura (e nao dimensao) da despesa do Estado e mais do que isso vivem e alimentam-se dela.

Muda-la significa mudar as condicoes que nao so justificam a sua existencia mas principalmente asseguram a sua existencia.

Enquanto os actores que poderiam levar a cabo essa mudanca continuarem a ser aqueles que mais beneficiam com a actual situacao, a politica em Portugal continuara a ser um exercicio de imagem que permita camuflar aquilo que beneficiam...

ps: a ausencia de acentuacao deve-se a uma falha logistica pela qual peco desculpas

silence

Today, like everyday, you should have taken me away...

Tuesday, June 21, 2005

Arquitectos e Licenciados em Arquitectura

Excelente blog arqportugal sobre as condições dos recém licenciados em arquitectura em Portugal

“Blog de arquitectura sobre a Admissão à Ordem dos Arquitectos dos recém licenciados em arquitectura em Portugal, os cursos de arquitectura, estágios, exames - provas de admissão, emprego, noticias, imagens e fórum."

Liderança

Apesar do Não Francês e Holandês, e o falhanço das negociações, o Luxemburgo decide manter o seu referendo.

E tendo assistido à sua actuação na cimeira, questiono-me o que teria acontecido se Juncker não tivesse recusado a Presidência da EU dando o lugar a Barroso...

Estado e Risco

Talvez o tom não seja o mais adequado (mas também o Homem está em final de mandato...) mas penso que o Presidente tocou no ponto chave, como aliás as estatísticas comprovam de que o nosso sector privado não arrisca o suficiente nem a banca promove condições para tal.

Agora isto vindo de um defensor do intervencionismo estatal soa um pouco contraditório, porque as razões porque o nosso sector privado não arrisca deve-se ao facto de ser impedido ou não necessitar visto poder alimentar-se de um Estado tentacular e sobredimensionado.

A justiça e a Razão

Concordo que o modo como a Comissão Constâncio e um valor de défice estimado e determinado às décimas foram usados pelo Governo como forma de legitimação da implementação de reformas que puseram em causa direitos adquiridos à margem da negociação com parceiros sociais foi uma estratégia ilegítima.

Não é justo que pessoas que enveredaram pela função pública com certas expectativas, nomeadamente os anos de trabalho para a reforma verem agora esses direitos retirados, como no caso de pessoas que esperavam ter de trabalhar mais x anos e agora ter de trabalhar mais Y sem direito de opção.

Mas nos caso dos professores, escolherem de propósito a época de exames para a sua greve, por ser exactamente aquela mais prejudicial e por consequência mais visível demonstrou acima de tudo uma profunda falta de respeito por eles e com isso perderam qualquer razão que lhes pudesse assistir.

A discussão que depois se seguiu depois sobre o pode ou não ser considerado serviços mínimos, foi surreal e só demonstrou o quanto a classe está habituada a legitimar a sua incompetência através de direitos estatuídos e não justificáveis.

Daily Extended

Live and let live: that should be your motto right now. Come to think of it, that's actually a pretty good motto to have most of the time. You do have pretty definite ideas about what works and what doesn't, but you're starting to realize that what works beautifully for you might not go so swimmingly for others. So hands off, and bite down on any tendency to meddle, especially if it's not asked for.

Sunday, June 19, 2005

Censura e Poder Local

Ascenso Simões, secretário da Administração Interna e Presidente da Federação Socialista local mandou retirar uma edição de um Jornal de Vila Real ao qual tinha dado uma entrevista por não a ter revisto previamente.

Veio imediatamente o ao de cima o complexo de direita dos nossos media pedir a demissão do homem, avisar com o retorno da censura e quase chamar fascista ao Homem.

Primeiro, existia um pré-acordo entre o secretário e o director do jornal que este não cumpriu ao publicar o jornal. Se era lícito ou não, não interessa, estava acordado e como tal se o director o rompeu, AS tinha todo o direito moral de mandar retirar a edição da banca.

Agora, a questão importante é como é possível que tivesse tanto poder assim para o fazer, porque suponho que não recorreu a nenhum mecanismo legal, apenas à ameaça.
A questão é: ameaçou com o quê? Terá o facto de ser presidente da federação socialista local e o jornal uma edição regional que muito possivelmente não é financeiramente independente a ver com o caso?

Assim vai o nosso poder local...

Fundamentalismo do poder

O resultado da primeira volta das eleições no Irão mostra que o País continua manipulado por uma teocracia fundamentalista comandada pela seu auto-proclamado Líder Supremo Ayatollah Ali Khamenei na Revoluç
Ao Islâmica de 1979 contra o povo.

O modo como o horário de abertura das mesas de voto foram estendidas e os votos manipulados de modo a permitir ao antigo Presidente da Câmara de Teerão Mahmoud Ahmadi-Nejad, um conservador religioso passasse à segunda volta contra o conservador moderado Akbar Hashemi Rafsanjani mostra o medo que os líderes religiosos têm da democracia e liberdade de expressão e como isso poderá por em causa o seu poder, que continua a ser o seu inimigo último para o qual não se inibem de usar o Ocidente e principalmente os EUA como ameaça...

Como me dizia um amigo meu iraniano, morre mais gente em acidentes de estrada quando os Iranianos vão de férias do que morreu na invasão do Iraque e ao menos os Iraquianos agora são livres. Não é que concorde com intervenções unilateralistas à margem das lei internacionais motivadas por petróleo, mas continuar a ver povos inteiros oprimidos e amedrontados só para que uns fanáticos religiosos se mantenham no poder é insuportável...

Egoísmos

Os Franceses acusaram os Britânicos de nacionalismo e egoísmo ao não quererem ceder no seu “rebate” em que recebem de volta dois terços da sua contribuição para os fundos comunitários.

Convém lembrar que mesmo depois deste retorno, o Reino Unido ainda é o segundo maior contribuinte para o orçamento, depois da Alemanha.

E que a PAC representa 40% do total das transferências comunitárias, que vão em grande parte para a França e permite distorcer completamente o mercado impedindo a colocação dos produtos agrícolas do Terceiro Mundo no mercado Europeu, para além de representar menos investimento em investigação e tecnologia, as áreas fundamentais para o crescimento da economia europeia.

E é óbvio que o que motivava Chirac era obter uma vitória na Europa que compensasse as estrondosas derrotas em casa.

Quem é egoísta?

Saturday, June 18, 2005

Diversidade e Emoção...


Wim Mertens ontem no CCB...

Posted by Hello

Uma oportunidade

Não acho que o falhanço nas negociações dos fundos comunitários, por teimosia britânica em não ceder no "rebate" seja uma crise. Antes pelo contrário, é a oportunidade que a Europa precisa para sair da grave crise de rumo e identidade que já está metida há muitos anos e que o Não ao tratado constitucional veio demonstrar.

Eu também acho que a PAC deve ser completamente reformulada, e se querem seguir a Estratégia de Lisboa, só com maior aposta na investigação e novas tecnologias e não na agricultura. Só desta forma podemos tornar a economia europeia verdadeiramente competitiva e dar uma oportunidade do terceiro mundo se desenvolver podendo colocar os seus produtos nos mercados ocidentais.

É óbvio que Blair quis ganhar tempo até assumir a presidência em Julho. Aguarda-se com expectativas

pausa

É declarada um pausa para pensar mas não existe alternativa a este tratado constituicional?

Nesse caso, para pensar sobre o quê? Outra forma de o aprovar?

Autárquicas

Carrilho dá hoje um entrevista confrangedora no Expresso. Sem uma única ideia para além de achar que se acabar a CRIL reduz para metade os carros que entram em Lisboa (sem comentários) e que no Parque Mayer se deve fazer um jardim, chama insonso e indigente a Carmona e traumatizados e frágeis mentais aos jornalistas e diz que Sócrates o surprendeu pea positiva porque o aceitou como candidato, depois do ataque cerrado que este lhe fez...

Entretanto as sondagens dão dez pontos de vantagem de Rui Rio sobre a Assis e um empate técnico entre João Soares e Seabra e sabe-se que Maria de Belém recusou-se a candidatar a Oeiras para não perder a pensão vitalícia a que tem direito e cuja nova lei que o PS pretende aprovar acaba (entretanto outros deputados do PS pediram já o subsídio de integração que a nova lei também extingue...)

Digamos que como estratégia autárquica do PS, pior seria difícil...

Siza vs Kay

No jaquinzinhos defende-se as torres de Siza para Alcântara em vez do projecto de Sua Kay com argumentos bastante pertinentes.

A mim, o argumento de libertar espaços livres para jardins é do tempo da carta de Atenas e existe toda uma corrente urbanística iniciada com a Jane Jacobs nos anos 60 que provou que deu cabo das cidades europeias.

Segundo, o argumento de que aquela zona aguenta torres por causa da presença da ponte simplesmente não pega e continua a achar que o Siza não tem qualquer sensibilidade para a integração urbana (não espacial) dos seus projectos. Basta pensar ausência de espaços públicos da Malagueira, o modo como subverteu o Plano de Manuel Salgado deslocando o Pavilhão de Portugal para o lado e virando-o de costas para a entrada. Colocar três torres num meio de um jardim naquela zona de Alcântara era destruir completamente a estrutura existente, potencial de regeneração e mudar totalmente a frente ribeirinha de Lisboa.

A estratégia para Alcantara devia ser a da regeneração, através da requalificação do edificado existente pontuado com projectos emblemáticos, mas nunca de largas dimensões, a semelhança do temple distric em Dublin, ou o meat packing distric em Nova York.

As demolições que estão a fazer e as novas propostas legitimadas por arquitectos de renome vão ser mais uma oportunidade perdida para criar um zona da cidade que poderia ser um pólo de actividade mista verdadeiramente interessante.

Agora a culpa nem é de Siza, nem de Sua Kay, nem de Nouvel ou Foster ou sequer dos promotores. O PDM é que nunca devia ter permitido aquela capacidade de construção ou cércea máxima...

Direitos adquiridos

Um post de Daniel Oliveira no barnabé é extraordinário e mostra a simplicidade e contradição do nível da argumentação desta esquerda que pelos interesses que defende e protege (aqueles que continuam a viver do Estado) continua a passar.

Vamos por partes. O Daniel chama às reformas do PS aos direitos adquiridos dos funcionários públicos “demagogia fácil contra os privilégios dos que são apenas remediados” e mais ainda diz que é intencional por ser um argumento sensível no País mais injusto socialmente da Europa.

Primeiro os funcionários públicos não são remediados, são privilegiados e se há um ponto onde Portugal é profundamente injusto é no nível muito superior de salários e protecção social que um funcionário público tem em média comparativamente a uma pessoa com a mesma formação no sector privado.

Depois, assumindo que a qualidade dos serviços públicos em Portugal é má, usa o extraordinário argumento de que “a desgraça dos nossos serviços públicos não é de quem neles trabalha” (?!). Se não são as pessoas que prestam os serviços os responsáveis pela sua qualidade, então de quem será?

E acaba a dizer que não se pode culpar o desemprego e baixos salários por aqueles que têm condições de trabalho, o que por si é verdade mas profundamente contraditório com a situação Portuguesa. Se olharmos comparativamente para a despesa pública do estado em relação ao PIB vemos que até está abaixo da média europeia. No entanto, se analisarmos a sua estrutura vemos que é completamente desequilibrada e socialmente injusta, principalmente no alto valor das despesas com pessoal e com a saúde, que são a principal causa para o nosso défice e baixo valor com as prestações sociais.

Ou seja, todo o nosso modelo social (que se formaliza nos impostos que pagamos) está montado para suportar os direitos adquiridos dos funcionários públicos, já que como assume que a qualidade dos serviços públicos é má, a principal razão para os continuarmos a pagar é condições que lhes providenciam, independentemente da qualidade do seu trabalho, que como argumenta não lhe pode ser imputável.

Continuarmos a divergir da média europeia, ter um economia completamente estagnada, estarmos a ser ultrapassados pelos novos membros da UE com condições de atracção de investimento e competitividade muito superiores não é para si relevante, porque os funcionários públicos têm condições de trabalho? Ou se não acha que existe uma relação entre a disfuncionalidade da despesa do Estado e o nosso fraco crescimento, quais são as suas razões para tal?

Brincar às Constituições

Em vez de se discutir a impossibilidade de referendar tratados, o PSD, PS e CDS aprovaram uma norma constitucional transitória para referendar um tratado cujo referendo decidiram depois adiar, caso ainda venha a haver tratado, o que quase toda a gente duvida...

A Europa Hoje

"A coisa mais parecida com a Europa de 2005 é a Europa dos anos 30:

1. Os partidos de extrema direita e de extrema esquerda estão em ascensão. Em alguns países chegam aos 40 ou 50% do eleitorado.

2. Crise económica estrutural. O modelo económico de metade dos países europeus está esgotado.

3. Xenofobia. Os franceses odeiam os ingleses, desconfiam dos alemães, têm medo dos canalizadores polacos e querem meter a nova Europa na ordem. Os ingleses não querem nada com os franceses. Os holandeses e os austríacos odeiam os estrangeiros e meio mundo está contra os turcos. Os italianos do Norte inventaram um novo país e não querem nada com os do Sul.

4. Racismo. Os negros e os árabes são hoje em dia mais odiados que os judeus em 1930.

5. Existe um abismo entre as velhas elites democráticas e o povo. Não tarda nada e alguém começa a pedir homens providenciais.

6. Militarismo e imperialismo. Por enquanto é apenas um militarismo europeísta contra os EUA e a China muito semelhante ao militarismo dos países que eram novos no início do século XX: a Alemanha e a Itália.

7. Proteccionismo.

8. Emergência de uma nova potência no extremo oriente (anos 30 - Japão, 2005 - China).

9. Ódio generalizado ao liberalismo." João Miranda no Blasfémias

Friday, June 17, 2005

Enquanto nós por cá...

"A Espanha tem cerca de 2.350 mil funcionários públicos, o que representa 5,7% da população do país. Essa percentagem, em Portugal, é de 7,5%, mais 31% que em Espanha.

O governo socialista espanhol está a estudar um plano para reformas antecipadas do funcionalismo público visando uma diminuição dos seus efectivos e o seu rejuvenescimento.

Enquanto isso, um “Comité de expertos para la reforma del Estatuto Básico del Empleado Público” está a ultimar um anteprojecto para desenvolver um sistema retributivo vinculado ao rendimento do trabalho.

O texto deste anteprojecto do “Estatuto del Empleo Público” diz que "Es esencial que se consiga superar definitivamente la vieja idea de que la Administración paga lo mismo a sus funcionarios con independencia de cómo realicen su trabajo. Las retribuciones en las Administraciones públicas no pueden desligarse de la evaluación del desempeño o rendimiento de los empleados públicos"

O estudo recomenda uma avaliação periódica da produtividade do funcionalismo, seguida, sempre e quando esta seja negativa, de mudanças de posto de trabalho, despromoções e perda do complemento de produtividade." no Semiramis

Blogues são censurados na China

"Microsoft colabora com as autoridades chinesas no controlo da Internet"

Wim Wertens no CCB



Wim Mertens "Un Respiro" hoje às 21hoo no CCB.


"At the dawn of his 25 years of career (1980-2005), Wim Mertens invites us for a 'voyage' in the orchestral perception.

Un respiro, Mertens' new solo album offers 10 new compositions, often very rythmical tracks composed for two pianos and two voices all performed by the composer himself.

Un respiro shows Mertens' passion for the voice, not using it as an instrument but presenting the voice as a guide for the piano, always looking for pure expression only.

Un respiro -essence of the (k)not, warm by one another, from lure to lure, many a one, fitting destiny, fernglanzed, workable resonance, who put such a thing to work, gleaming from afar, and un respiro is Mertens' 6th solo studio album as a solo performer pianist/singer.

It shows how composing today can also be strongly related to the performance itself. How the performance and the singing/playing are interweaving and thus creating one single event."
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O referendo e a PAC


Posted by Hello


"Para resolver as questões de mercearia que vêm monopolizando a cimeira. Serviria em simultâneo para aferir o grau de solidariedade dos europeus para com os outros povos. A pergunta poderia ser esta:

Concorda com a imediata e total abolição da PAC, que apenas beneficia 4% dos habitantes da UE em prejuízo de todos os seus consumidores, condenando ainda à fome e à miséria milhões de pessoas nos países do Terceiro Mundo?" in Blasfémias

givers and takers



Também concordo que um único referendo Europeu simultâneo teria sido muito mais adequado, principalmente porque permitiria focar a votação no Tratado Constitucional de facto e não nos Governos Nacionais como aconteceu em França.

Um nota para dizer que o único líder que verdadeiramente temos a nível europeu chama-se Tony Blair e o resto é conversa.

Talvez mais importante do que o Tratado Constituicional é a discussão do próximo quadro comunitário de apoio e o que é para mim o cerne da questão: o “rebate” britânico como resposta ao benefício que representa para os Franceses a Política agrícola comum.

A Europa nunca uma economia competitiva enquanto metade dos seus subsídios forem destinados à agricultura, o que não só impede o investimento nas áreas cruciaias da tecnologia e investiação como não permite o acesso ao mercado por parte dos países do terceiro mundo, que têm na hipótese de conseguir colocar os seus produtos agrícolas nos mercados europeus e americano a única hipótese de se desenvolverem...

Herzog & de Meuron Propose Castle in The Sky for Hamburg



"Star Swiss architects Jacques Herzog and Pierre de Meuron have upended typical Hamburg bureaucracy by taking their proposal for a new concert hall straight to the people, rather than the bureaucrats."

a volta

Penso que foi um mito que se desfez ontem com a entrevista da Dr. Manuela Ferreira Leite, e nem consigo perceber muito bem qual a sua pretensão com ela, embora fique sempre com a sensação que o deslumbramento com os elogios a faz pôr-se em bicos de pés.

Dizer que é um erro aumentar o imposto sobre o tabaco e alcool porque só vai aumentar o contrabando é irresponsável.

Mas dizer que aumentar o IVA é mau porque diminui a nossa competitividade com Espanha quando fez exactamente o mesmo (prometendo que não aumentava os impostos em campanha, e recorrendo à encenação da comissão Constância original para o justificar) já é hipocrisia...

o estado de interesses

A escolha por parte dos professores da data dos exames nacionais para fazer a greve contra a perca dos seus privilégios é uma confirmação da falta de respeito que os lobbis da função pública têm pelos seus utentes, e de facto concebem o Estado apenas como forma de servir os seus interesses independentemente da qualidade dos seus trabalhos...

O urbanismo e o urbanista

No abarrigadeum arquitecto, Daniel Carrapa tem publicado algumas reflexões sobre a natureza do urbanismo, e condições para a sua práctica em Portugal que vale a pena ler.

Eu embora seja a minha formação de base e tema dos meus futuros estudos, ainda não me consigo sentir motivado a escrever sobre urbanismo, talvez por encarar a blogosfera como um certo escape a esta actividade.

De qualquer forma, deixo aqui também por sugestão do Daniel a proposta de “Projecto de Lei” sobre a profissão, a práctica e a formação do Urbanista, produzida pela APROURB.

Exactamente...a profissão ainda nem sequer está legislada....

Já agora, saliento também a Proposta de Lei da mesma associação sobre a Figura de Loteamento Urbano que toca no centro do problema do ordenamento de território em Portugal com um único artigo: extinção da figura de loteamento urbano.

Thursday, June 16, 2005

extra-terrestres...

Eu sei que não é de muito bom gosto tentar ironizar sobre assuntos que são muito sérios como quando se descobre sites como este e este (via quartarepublica).

Mas confesso que mais do que o choque e repulsa, invade-me um grande sentimento de incompreensão e surpresa:

Orgulho Nacional? Apelamos à presença de todos os nacionalistas e patriotas? Africano revolta-te, Portugal é nosso?

Será que vivem no mesmo País do que eu?

É que se sim...orgulho do quê? E ficar com Portugal para quê? Nacionalista? Patriota? Homens empunhando a bandeira portuguesa?

Não, não é de certeza o mesmo País...

Estratégia de Poder

A estratégia do PS é obvia e bastante pragmática. Começou pelo mais importante que foi colocar António Vitorino às segundas a tentar minimizar os estragos de Marcelo.

Depois já percebeu que perdeu as presidenciais e então decidiu atacar ainda mais a ala esquerda do seu partido, da qual não gosta empurrando desinteressadamente Manuel Alegre para o lugar que deseja arduamente.

Depois decidiu poupar o governo ao máximo até às autárquicas. Coelho é quem dá a cara, enquanto Sócrates e o Governo são poupados ao desgaste da exposição pública enquanto vão lançando os seus candidatos (embora esteja a ser uma campanha desastrosa). Carrilho arrisca-se mesmo a perder contra Carmona (o que é um feito notável porque apesar de considerar que é o Presidente tecnicamente mais bem preparado que Lisboa teve, não tem qualquer valia eleitoral) e suspeito que muito pouca gente saiba quem é Assis quanto mais que é o candidato do PS à Câmara do Porto.

As medidas difíceis são para combater a situação que a encenação da comissão Constãncio tentou imputar à Governação anterior, e em tudo o resto não se decide.

Como estratégia de poder, dificilmente se poderia pedir mais...

o Populismo do bombeiro

Sobre a demagogia de Coelho de pedir maior contribuição da banca através de uma maior tributaçao dos seus lucros financeiros para a resolução do problema do défice veja-se este post e mais este no Jaquinzinhos por sugestão do Insurgente.

prestações

"Eu não vi, nem li, mas disseram-me que no final do julgamento de Michael Jackson o júri esclareceu publicamente porque tomou a decisão de absolver o cantor e o procurador do Ministério Público norte-americano também prestou contas aos cidadãos pelas posições que tomou. Como isto me parece completamente surreal numa democracia, não acreditei." by Carlos

Mensalão

Sobre o mensalão, escândalo que atinge o Governo do PT, digamos que ninguém acredita na imagem de Lula a chorar quando soube da notícia.

Que a sua governação estava a ser uma desilusão, era já completamente perceptível, mas até Lula ser corrupto é uma grande machadada nas apirações de todo um Continente...

Wednesday, June 15, 2005

Sobre o Dr. Álvaro Cunhal

Já agora também não quero ficar de fora da oportunidade de tecer considerações sobre a figura de Álvaro Cunhal já que escrevo num blog e ele faleceu (se é que me faço entender...)

Penso que ninguém põe em causa a dimensão do seu intelecto e nas múltiplas formas como se manifestava, na profundidade do seu pensamento, na convicção e persistência com que o defendia, nos seus extraordinários desenhos, nos seus romances, no dicotomia do seu humanismo, austeridade e aristocracia . Em primeiro lugar penso que deve ser salientado exactamente esta extraordinária dimensão da personagem que ridiculariza e acentua a mediocridade dos nossos actuais líderes.

Depois acho de uma hipocrisia atroz dizer que o líder comunista não deve ser prestado homenagem nem sequer merece respeito na sua morte porque não se concordou com as suas ideias enquanto viveu. Isto está ao nível de dizer que não se deve lamentar a morte de Feher porque se é do Sporting.

Outra hipocrisia é dizer que os seus contributos para a liberdade e democracia são acidentais, e que se Cunhal contribuiu para acabar com uma ditadura (esteve 11 anos preso por isso) era com a intenção de implementar outra. De todas este é o argumento que mais me incomoda e mais uma vez penso que só contribui para descredibilizar ainda mais esta nova vaga pseudo-liberal que emerge na blogosfera.

A questão é que é irrelevante a nossa posição em relação às ideias do Dr. Cunhal, para além de ser bastante fácil não concordar com elas em 2005 num blog. A confusão reside no facto de se estar a comparar Cunhal a um Estaline falhado, de que Portugal foi salvo pelo PS. Ficou demonstrado que todas as suas crenças estavam erradas e é verdade que se tivesse conseguido tomar o poder em 75 teria sido um completo desastre para Portugal. Mas se Cunhal era tão convicto nas suas ideias era porque exactamente acreditava que conseguiria um Portugal mais justo com elas. Não o conseguiram convencer do contrário, nem os acontecimentos a Leste nem o debate em Portugal.

A sua irredutabilidade ideológica, é compreensível e fácilmente perdoável, pois apartir do momento em que a entregasse não lhe restaria mais nada.

Mensagem da Administração

Serve o presente para dar conta do choque e espanto do conselho de administração da empresa “Comsenso” com a classificação que nos foi dada pelo blogo.no.sapo.pt, site de referência de blogs portugueses...

Por entre as categorias de “Artes & Letras”, “Humor”, ou outras que poderíamos sugerir como “Pseudo-Intelectual” ou “Masturbação Intelectual”, descobrimos ter sido incluidos na categoria de “Actualidade (acerca)”.

Não sabemos quem é responsável por esta classificação, mas não podemos de deixar de exprimir um veemente protesto para além de um profundo orgulho narcísico...

Greatest Philosopher Vote

Vote no site da BBC

O acesso ao crédito e o consumo

Leitura recomendada:

"Dez anos depois" por Mª M. Leitão Marques

sobre os efeitos da liberalização do sistema financeiro e a democratização do acesso ao crédito no início dos anos 90 nos hábitos de consumo dos portugueses.

um pequeno excerto:

"Na verdade, a liberalização do sistema financeiro, a democratização do acesso ao crédito, a descida das taxas de juro, a estabilidade da zona euro e o aumento dos salários reais permitiam perceber que o fenómeno do endividamento iria ampliar-se a um ritmo muito acelerado. Não era uma questão conjuntural, tocando fugazmente consumidores deslumbrados por uma súbita folga no rendimento disponível. Tinha causas difíceis de remover, como a ausência de um mercado de arrendamento, que fazia do crédito para a aquisição de habitação a parte principal do endividamento. Reflectia, além disso, uma mudança nas atitudes, valores e estilos de vida das famílias urbanas, particularmente nas áreas metropolitanas. Essa mudança viria para ficar e não era o reflexo de uma suposta ?irresponsabilidade? de um qualquer governo, como se veio a provar. "

Nomeações

Sobre a acusação ao Governo de Socrátes já ter efectuado um número de nomeações de pessoal do Governo superior ao de Santana no mesmo período de tempo, Vital Moreira vem chamar a atenção para o facto de as duas situações não serem comparáveis, pois não só o Governo de Santana era do mesmo partido do precedente, como:

" verifica-se que: (i) a grande maioria das nomeações dizem respeito aos gabinetes ministeriais, e mesmo aí a comparação com o Governo anterior é favorável ao actual; (ii) a maior parte das substituições nas administrações de empresas públicas ocorreram por termo do mandato, e não por substituição antecipada; (iii) não houve mudanças nos cargos dirigentes intermédios da Administração, salvo por termo do mandato, o que cumpre a promessa de retirar essas situações da categoria de cargos de livre nomeação política."

Tuesday, June 14, 2005

Sobre Álvaro Cunhal

O fim de um Mundo por Rui A.

SÓ RESPEITO A MORTE DE QUEM RESPEITA A VIDA por C.A.

Portuguese Communist Leader Cunhal Dies no Guardian

Álvaro Cunhal, 91, Portuguese Communist leader no Herald Tribune

"Boa Noite. Eu Vou com as Aves"

De Eugénio Andrade guardo a surpresa do primeiro contacto com a intensidade dos seus versos. Penso que o seu grande mérito residia exactamente no seu extraordinário poder evocatório de sentimentos físicos. Sempre tive pena da sua auto-reclusão, imposta sem perceber se por rancor ou pudor.

Como tributo deixo um dos seus versos que mais me surpreendeu:


Levar-te à boca,
beber a água
mais funda do teu ser

- se a luz é tanta,
como se pode morrer?

O vasco do povo

Sobre Vasco Gonçalves, espantou-me sempre a sua popularidade junto dos portugueses, dado ter sido apenas primeiro-ministro durante alguns dos Governos provisórios e a sua participação no 25 de Abril não ter sido muito visível e quase ter provocado uma guerra civil...

Com o seu desaparecimento, percebi que a identificação das pessoas com a sua figura tinha mais a ver com a sua pessoa, na humildade, afecto, proximidade e simplicidade do que propriamente com os seus valores, dado que poderia facilmente ser acusado de ter querido acabar com nossa democracia, substituindo uma ditadura por outra.

Thursday, June 09, 2005

Sobre o III quadro comunitário de apoio

"Para além do obsceno desperdício que as taxas de execução provam, não se percebe com que autoridade pode o governo português reivindicar mais ajudas à UE, quando nem sequer mostra capacidade para gastar aquelas que recebe." in Viva Espanha

Nuances

Sobre as últimas acusações de Alberto João Jardim:

"usa bastardo quando se está a falar para as televisões, e opta-se pelo conceito de filhos da puta quando os bastardos não estão a ouvir." no Jumento

acção governativa

"1. O PS faz o discurso do sacrifício. O Governo tem dois ministros a acumular o ordenado com a reforma

2. O PS faz o discurso das não excepções. Parece que na idade da reforma já há uma excepção- pelo menos para a PSP

3. O Governo quer concursos para chefes de divisão e directores de serviço. Mas entretanto já fez centenas de nomeações.

4. O Governo aprovou o fim das subvenções vitalícias para os cargos políticos e abriu logo excepções.

5.Sócrates andou a dividir as mulheres socialistas. Resultado: estiveram de sábado até quarta a contar os votos, sinal de forte união.6. O Governo quer acabar com as subvenções vitalícias dos deputados com 12 anos de serviço. Há deputados do PS que ameaçam renunciar ao cargo."

Joana Amaral Dias no Bicho Carpinteiro

liberalismo vs democracia

Num artigo extraordinariamente simplista ontem no diário económico “O espectro liberal”, o historiador Rui Ramos argumenta que a rejeição da Constituição em França representou uma rejeição do “liberalismo” e que ao mesmo tempo os seus defensores seriam apoiantes da mesma doutrina.

Questionando-se sobre as razões para esta unanimidade anti-liberal, propõe o extraordinário argumento de que o voto contra o liberalismo foi um voto a favor da democracia mas não pelas razões que se poderia pensar. Com uma pseudo-revisão histórica propõe que a democracia foi usada para destruir as monarquias da Europa criando o problema aos novos líderes do que fazer com a parte da população que não era tão afortunada e instruída como eles. Temendo um regresso ao passado clerical e dinástico ou uma anarquia expropriadora, criaram o Estado Social de modo a poderem governar como quem pastoreia uma massa de clientes do Estado vulnerável às manipulações mais grosseiras.

Conclui assim que a raiva dos actuais líderes europeus ao liberalismo é causado pelo medo de perder a governação democrática que lhes permite exercer o poder como actualmente o fazem, burocraticamente...

Ou seja, o estado social é um truque da burguesia para manipular o povo e o liberalismo o modo de com menos democracia poder existir mais participação...

A mim o artigo faz-me questionar o seguinte: como é que estas coisas são publicadas em jornais e que tipo de aulas dará este senhor?

Tuesday, June 07, 2005

A reforma do Ministro da reforma

A discussão da legitimidade de Campos e Cunha acumular uma reforma vitalícia por ter sido seis anos Vice-Presidente do Banco de Portugal (paga por um fundo do Banco, não pelos nosso impostos, convém lembrar...) com o seu vencimento de Ministro levanta algumas questões importantes:

1. A primeira é o duro ataque de que foi alvo, no momento preciso em que mais necessitaria de ter a legitimidade afirmada para reforçar a necessidade das reformas que anuncia, que acho coincidência a mais para ser mero critério jornalístico.

2. Segundo, convém também salientar que o que se pode discutir é a sua legitimidade política, nunca legal, porque essa tem-na toda (ao contrário do alguns têm dito...)!

3. Agora, terá o Ministro legitimidade moral para impor sacrifícios aos Portugueses, incluindo o aumento da idade da reforma enquanto está nesta situação? Na minha opinião sim e não só pelo facto de que nem sequer é claro que possa abdicar do privilégio a que tem direito apesar de este sim ser imoral (ou seja, quem o dá – neste caso o Estado – e não quem o recebe).

A principal razão pela qual o Ministro tem todo a legitimidade política tem a ver com as razões que Antonio Brges ou José Manuel Fernandes têm defendido – os políticos em Portugal são muito mal pagos e se por um lado este facto tem a ver com uma certa concepção republicana do serviço público que ainda perdura, por outro tem a ver com a má imagem da actividade política em Portugal.

Neste caso o que deve ser salientado, é o salário que alguém com o currículo de CC poderia auferir no sector privado, e que está a abdicar por ser Ministro. Porque embora o seu salário seja substancialmente superior ao salário português médio daqueles a quem estão a ser pedidos sacrifícios, é mesmo assim muito inferior ao de profissionais liberais de topo, incluindo o de jornalistas que não se coibem de julgar a moral do Ministro.

Não chego ao ponto de achar que o seu salário como político devesse ser determinado pelo seu valor de mercado, mas acho que interessa a Portugal ter pessoas competentes na Administração e isso só é possível se os lugares forem apetecíveis sob pena de serem usados como veículo para algo ou ocupados por aqueles que não teriam outras alternativas, como tem acontecido.

Monday, June 06, 2005

for the weekend


Fim de semana no Porto para ver as 40hours non-stop de Serralves e a Casa da Música...Ver exposiçõees às três da manhã, principalmente descobrir Paulo Nozolino e a sua exposição "Far Cry". Conhecer os jardins descobrindo as instalações e os concertos e acaber siderado a uvir o quarteto americano "4 Walls" a improvisar...

Em cada visita a uma obra de Siza descobre-se algo de novo ou melhor compreende-se mais alguma coisa. Supreendeu-me o efeito da luz artificial ser usada sempre de modo indirecto, tornado o espaço muito mais suave. Ou como as zonas técnicas e garagens terem a mesma qualidade de acabamentos que as zonas públicas do edifício.

O próprio Siza disse isso mesmo numa conversa com Peter Testa a que pudémos assitir. Como dava especial atençãoo às garagens que em muitos casos funcionavam como as verdadeiras portas de entrada dos edifícios.

O que foi a minha primeira desilusão na Casa da Musica, ver que não tinha sido dada atenção suficiente ao estacionamento. Pensei até que Koolhas teria desenhado com as infraestruturas.

É um edíficio completamente irracional, fruto de um oportunismo descarado como RK gosta de afirmar. Existem demasiados espaços residuais, escadas e mais escadas, escritórios abertos para a rua, nenhuma utilizalção pública da praça que cria.

Mas nada disto torna o edifício menos belo ou a experiência menos intensa...

Thursday, June 02, 2005

NEE!

"Os holandeses rejeitaram por 61,6% o Tratado constitucional europeu durante o referendo de quarta-feira, segundo resultados definitivos não oficiais recolhidos pela agência de imprensa holandesa ANP junto das assembleias de voto."

Algumas reacções:

"É interessante ouvir todos os que foram responsáveis pelo processo que levou a esta Constituição e gerou os “nãos” a mostrarem-se agora derrotistas, apocalípticos e pessimistas ao extremo, sugerindo que a Europa está “morta” ou “moribunda”. Não é a Europa, mas a condução política da União de que foram responsáveis que está “moribunda”, é a combinação de puro oportunismo pragmático que não ousa dizer o seu nome, no fundo o verdadeiro egoísmo nacional que bloqueou quase todas as políticas europeias, com a engenharia utópica desligada da realidade com que queriam fugir para a frente. Agora que falhou, – como tinha irremediavelmente que falhar e houve quem o dissesse a tempo – ,confundem-se com a Europa como se não houvessem outros caminhos. Sem eles claro. Sem Chirac, sem Giscard, sem Schröder, sem os mil e um parceiros menores belgas, sem Barroso, sem a burocracia que gasta milhões em propaganda para nos condicionar politicamente a não exercer um controlo democrático eficaz sobre “Bruxelas”." JPP

"But there is something at stake here far broader than the constitution itself, which the Dutch rejected emphatically on Wednesday, 61.6 percent to 38.4 percent, according to unofficial results. There is a disaffection, perhaps even a rebellion, against the political elites in France, Germany and Italy. " NYTimes

Wednesday, June 01, 2005

Crescimento e dívida pública

No Quarta República afirmam que o crescimento é directamente proporcional à diminuição da dívida pública.

Mesmo que assim seja, o que é o crescimento? E será ele um indicador directo da qualidade de vida, objectivo último da economia?

Ten Most Harmful Books of the 19th and 20th Centuries

Imprescindível lista dos 10 livros mas prejudiciais do século XIX e XX via Jaquinzinhos

contra o contraditório

Agora é o PSD que está contra a contratação de Vitorino...

É óbvio que este só para lá vai para fazer o contraditório das homílias de Domingo do Prof. Marcelo (terem escolhido a Segunda então é demais...) mas mesmo assim é preciso ter descaramento.

Depois de Marcelo ter impedido a maioria absoluta de Guterres, ter dado a vitória nas autárquicas que ditou a sua queda, ter aguentado Durão dois anos e ter feito Santana cair, dizer que Vitorino não devia ser contratado por ser um militante destacado do partido do Governo é não ter qualquer vergonha na cara

Os investimentos públicos

No Blasfémias consideram os portugueses patetas pela sondagem hoje publicada que conclui que os portugueses apoiam por uma larga maioria a construção de uma linha de TGV, ao contrário da ponte Chelas-Barreiro e Aeroporto da Ota.

Eu, antes pelo contrário, fico surpreendido com o esclarecimento e conhecimento do que prioritário e específico para Portugal.

Pela sua condição de País periférico, onde a competividade joga-se cada vez mais nas acessibilidades, Portugal é dos únicos países da Europa que não tem plano nacional de acessibilidades. A descordenação que existe a este nível, mesmo entre empresas públicas (veja-se o caso da Fertagus e do Metro, tem prejudicado imenso o País não só na atracção de investimento como também de turismo.

Neste sentido, o TGV é a obra prioritária que nos irá permitir ligar Lisboa e dps o Porto (é idiota ter outras paragens) à rede europeia de grandes cidades. É uma vergonha que este chegue a Sevilha e dps para portugal tenha de se ir de autocarro. Ou que para chegar a Paris se demore 17h no Sud-express. Quantas vezes não me aconteceu conhecer estrangeiros pela Europa que me diziam que não vinham a Portugal porque dava demasiado trabalho!

A construção de um aeroporto internacional parece-me a mim o erro clamoroso. QQ localização que seja nunca vai conseguir competir com Heathrow, Barajas ou Charles de Gaulle. Antes pelo contrário devia-se aportar forte nas low-cost e aproveitar o que a Portela deveria ter de bom, que é a sua proximidade à cidade. Mas mais uma vez, é incrivel como o metro ainda não passa lá e qd chegamos a Londres Paris ou Madrid podemos apanhar o metro ou comboio para o centro, em lisboa somos roubados por taxistas...